"Quem olha para fora, sonha.
Quem olha para dentro, desperta."
Certo dia lia essa frase em um livro e a ficha caiu. Compreendi que para resolver meus problemas precisava corrigir o rumo de minha vida e, para conseguir esse objetivo, o jeito seria fazer o caminho para dentro de mim mesmo. Não sabia que seria tão difícil, cheio de altos e baixos, e com tantas pedras a remover e nós por desatar. É incrível como conseguimos fazer tão perfeitamente o que nunca deveríamos ao menos ter tentado! É desanimador descobrir essas verdades e não conseguir reverter esse quadro! Já faz uns cinco anos mais ou menos do início dessa jornada e ainda não consegui mudar alguns padrões que, teimosamente, insisto em repetir e têm me causado dores e decepção comigo mesmo. Tenho devorado livros e mais livros de auto conhecimento e eles, com certeza, têm me ajudado a ver muita coisa que passava despercebida e, que aos poucos, foram emergindo e se revelando diante dos meus olhos. Mas ainda assim sinto-me frustrada!
É certo que tenho crescido, pois já não culpo “os próximos” pelo meu insucesso. Já consigo ver que sou a única responsável por repetir padrões, que boicotam todas as minhas chances de me realizar como pessoa e ser plenamente feliz. O conflito está instalado e me aponta com todas letras para que eu saia desse círculo vicioso da dependência que alimenta minha imagem e me faz sentir amada. Se é essa a imagem que está por trás desse padrão, por que não consigo rompê-lo? O que falta eu enxergar? Essas são perguntas que ainda não consigo responder. Parece haver um elo perdido nessa corrente que não consegui resgatar e que tem feito eu me sentir perdida, sem saber que rumo tomar. Sei que quando se coloca o pé nesse caminho não há como voltar, nem eu quero isso, mas é que, às vezes, o próximo passo parece não querer chegar nunca!
Liliane Freire