26.11.04

ELO PERDIDO



"Quem olha para fora, sonha.
Quem olha para dentro, desperta."


Certo dia lia essa frase em um livro e a ficha caiu. Compreendi que para resolver meus problemas precisava corrigir o rumo de minha vida e, para conseguir esse objetivo, o jeito seria fazer o caminho para dentro de mim mesmo. Não sabia que seria tão difícil, cheio de altos e baixos, e com tantas pedras a remover e nós por desatar. É incrível como conseguimos fazer tão perfeitamente o que nunca deveríamos ao menos ter tentado! É desanimador descobrir essas verdades e não conseguir reverter esse quadro! Já faz uns cinco anos mais ou menos do início dessa jornada e ainda não consegui mudar alguns padrões que, teimosamente, insisto em repetir e têm me causado dores e decepção comigo mesmo. Tenho devorado livros e mais livros de auto conhecimento e eles, com certeza, têm me ajudado a ver muita coisa que passava despercebida e, que aos poucos, foram emergindo e se revelando diante dos meus olhos. Mas ainda assim sinto-me frustrada!
É certo que tenho crescido, pois já não culpo “os próximos” pelo meu insucesso. Já consigo ver que sou a única responsável por repetir padrões, que boicotam todas as minhas chances de me realizar como pessoa e ser plenamente feliz. O conflito está instalado e me aponta com todas letras para que eu saia desse círculo vicioso da dependência que alimenta minha imagem e me faz sentir amada. Se é essa a imagem que está por trás desse padrão, por que não consigo rompê-lo? O que falta eu enxergar? Essas são perguntas que ainda não consigo responder. Parece haver um elo perdido nessa corrente que não consegui resgatar e que tem feito eu me sentir perdida, sem saber que rumo tomar. Sei que quando se coloca o pé nesse caminho não há como voltar, nem eu quero isso, mas é que, às vezes, o próximo passo parece não querer chegar nunca!


Liliane Freire


17.11.04

SAUDADE

Este post deveria ser um e-mail para um amigo mas que acabou se transformando e sem saber o que fazer com ele, resolvi que o seu destino seria o blog.
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Oi, Júlio!
Antes de mais nada, quero agradecer-lhe pelo bate-papo e por todas as dicas sobre meu mapa astral. Pena que não copiei e muita coisa acaba por se perder. Essas “revelações” devem ser copiadas ou gravadas para que possamos ler ou ouvir várias vezes. Hoje lamento não ter feito o mesmo com as conversas com meu amigo-mestre que já está em outro plano. Naquela época eu ainda não conseguia alcançar muitas das coisas que ele me falava. Sinto muita falta dele, das longas conversas no “seu consultório” na sombra do pé de carambola! Por que essas pessoas mais que especiais saem de nossa vida assim de repente? O que está acontecendo? Minha intenção era falar do nosso bate-papo no feriado e só estou conseguindo pensar no Mestre Olavo! Bateu uma saudade daquelas, sabe! Pronto! Não falta mais nada! As lágrimas estão rolando como a tempos não faziam! O que se passa comigo? Será a coitadinha dando o ar da graça mais uma vez? Também, que mania essa de querer explicação pra tudo na vida, Liliane! Momentos como esse, creio que não podem ser explicados, apenas sentidos. Então, que venham as lágrimas e esse aperto no peito! Essa vontade de ouvir de novo a voz do mestre Olavo, seu sorriso maravilhoso, e seu olhar que me fazia sentir em casa sempre que estava em sua presença. Pôxa, estou carente do colo dele! Bem que eu poderia ser vidente, pelo menos nessas horas! Só pra aliviar um pouco a saudade. Bastava ele segurar minha mão entre as suas e olhando dentro de minha alma dizer: “Deus te abençoe, minha filha” como ele sempre fazia. Palavras mágicas que tinham o dom de acalmar, de pacificar meu espírito inquieto e buscador. Palavras mágicas que vindas do seu coração, enchiam o meu de felicidade. Acho que por agora isso não é possível. Quem sabe um dia, se o Pai do Céu quiser me presentear eu possa de novo olhar em seus olhos e sorrindo dizer: Que Deus o abençoe, meu querido amigo Olavo!
Beijo no coração!
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E agora o que faço com esse texto? Olavo esqueceu de me dar seu e-mail celestial e, assim, não posso enviá-lo . Devo mandá-lo ao Júlio que parecia ser o destinatário inicial ou será que em um desses sites de busca eu consigo localizar meu amigo? Acho que a coisa é grave, Liliane! Será que uma terapia ainda pode resolver ou o caso está sem cura? Por favor, me ajudem!!!!!!!!
Liliane

11.11.04

O Valor das Pequenas Coisas...

A cada dia descobrimos coisas que fazem uma grande diferença em nossas vidas. Hoje, por exemplo, ouvi uma frase de uma amiga que me fez sentir tão importante como há tempos eu já não me sentia. As palavras quando ditas com amor operam essa mágica em nosso coração: acendem uma luz e aquecem nosso espírito nos tirando do frio da incerteza e da solidão.
Tenho, ao longo da vida, encontrado pessoas bem especiais que têm me ajudado a clarear meu destino. A primeira dessas pessoas já não está mais aqui, mas sei que de onde ele está continua me enviando a sua luz. Assim, tenho um anjo muito querido no céu que, vez por outra, me envia seus representantes pra dar uma mãozinha aqui na terra.
É... palavras como as que ouvi de minha amiga evolutiva podem até mesmo afastar o medo, quebrar bloqueios, nos tirar dessa hibernação a que nos condenamos para fugir de nós mesmos e, por extensão, de nossa felicidade.
Ah! Benditas sejam essas pequenas, porém, imensamente grandes coisas que dão às nossas vidas um colorido todo especial, que nos fazem sentir filhas de um Deus sábio e amoroso que a despeito de nossos vacilos não nos abandona à própria sorte, enviando seus anjos em forma de amigos.
Dessa forma, para ser justa, preciso agradecer à minha amiga Fernanda pelas palavras carinhosas que, ela nem imagina, me deram o motivo que eu precisava para voltar a postar minhas próprias idéias, bem como, ao mais recente amigo (acho que já posso considerá-lo assim) Rodrigo d’Almeida por me intimar a voltar para o blog.
Obrigada, queridos! Beijo no coração!!!!
Liliane Freire

7.11.04

AS CRENÇAS

"Ao alegar suas limitações, as pessoas dizem:
Eu não posso fazer tal coisa por que...
E a desculpa comum é do tipo É assim que eu sou. Mas, a verdade mais provável é: É assim que eu penso que sou.
Nós podemos aprender sobre nossas crenças estudando os peixes...
Compre um aquário e divida-o pela metade com uma parede de vidro transparente. Depois arranje uma tainha e uma barracuda – peixe que come tainha.

Ponha cada um de um lado e, no mesmo instante a barracuda vai avançar para pegar a tainha só que... bumba!... entra de cara na parede de vidro. Ela vai recuar e atacar outra vez e... bumba!... Em uma semana a barracuda vai estar com o nariz bem inchado e, percebendo que caçar tainha é sinônimo de dor, acaba desistindo. Aí, removendo a parede de vidro, sabe o que acontece? Ela passará o resto da vida no seu lado do aquário; será até capaz de morrer de fome, mesmo tendo uma bela tainha nadando a poucos centímetros dela. Mas como conhece seus limites não vai ultrapassá-los.
A história da barracuda é triste? Pois essa é também a história de todo ser humano. Nós não colidimos com paredes de vidro, mas colidimos com professores, pais, amigos que nos dizem o que nos convém e o que podemos fazer. Pior ainda, colidimos com nossas próprias crenças – são elas que delimitam nosso território, é isso que alegamos para não ultrapassar os limites... Ou seja, criamos nossas gaiolas de vidro e pensamos que é realidade.
Na verdade é apenas aquilo em que nós acreditamos... Quase todos nós temos uma história, e nos rotulamos... “eu sou professor”, “eu sou avó”, “eu sou"...
Essa nossa história é como um programa de computador instalado entre nossas orelhas, que nos controla a vida... Nós o levamos ao trabalho, nas viagens de férias, nas festas... enfim passamos a vida tentando nos adaptar à história...

Tentar ajustar-se a uma história torna qualquer um infeliz...

Eis então a dica: você não é a sua história e ninguém dá a mínima para isso. Você não pertence a uma categoria, a um compartimento. Você é um ser humano justamente porque tem uma série de experiências. E, quando você parar de arrastar uma história por aí, você vai ser muito mais feliz... "

Andrew Matthews, no livro "Siga seu coração"

"Que a nossa mensagem seja a nossa própria vida."
Mahatma Gandhi




6.11.04

A MÚSICA DE CADA UM

Os membros de uma tribo primitiva da África, acreditam que cada pessoa que nasce traz consigo uma música individual e intransferível, como uma espécie de identidade sonora.
Assim, quando a mãe está grávida ela recebe, através da inspiração, a música da criança que irá nascer e começa a cantá-la para que o bebê se sinta querido e desejado.
Depois, a mãe ensina a música ao pai, que também passa a cantar cada vez que se aproxima do filho, demonstrando carinho e respeito por sua
individualidade.
E, assim, cada membro da família que entra em contato com a criança aprende a sua música e passa a cantá-la, como forma de dar as boas-vindas e saudá-la.
Dessa forma, a criança aprende a sua música e passa a cantá-la pelo resto de sua vida.
E é assim que cada membro canta sua música individual, e todos sabem de cor a música de cada um.
Um costume singular e interessante.
As notas são as mesmas, mas os ritmos são diferentes.
Fazendo um paralelo da prática dessa tribo primitiva com os nossos costumes atuais, poderemos tirar dela vários ensinamentos.
O primeiro é que todos temos nossa individualidade, isso é incontestável.
A diferença é que nem sempre essa individualidade é considerada e, menos ainda, respeitada.
Geralmente nossas crianças nascem em meio a ruídos mentais de toda ordem. É a mãe querendo lhe impor sua própria música e o pai, a sua.
Chegam os demais familiares e fazem o mesmo.
Nem se espera que a criança demonstre sua individualidade e já é confundida em si mesma.
Isso se leva para a vida toda, quando nós, adultos, não conhecemos nossa individualidade a ponto de ter certeza de quem realmente somos, do que sentimos do que queremos ou não queremos.
Nossas músicas se confundem. Nem cantamos a nossa, nem ouvimos a música do outro. É um tumulto de sons confusos e inaudíveis.
As individualidades não são respeitadas e tenta-se fazer das pessoas uma massa confusa e disforme.
É importante pensar a respeito desse tema nos dias atuais.
É importante que cada ser seja respeitado, e sua música seja cantada por todos, em sinal de afeto e respeito.
Imagine se você pudesse cantar sua música pessoal e, onde quer que fosse, todos lhe saudassem com a sua melodia. Isso não seria fantástico?
Se assim fosse teríamos uma sociedade amável e respeitosa, fraterna e
afetuosa, onde todos se sentiriam especiais e veriam os outros também como seres especiais.

***
Cada pessoa tem sua identidade própria e intransferível.
O Criador não se repete. Cada filho Seu é único.
Cada ser humano tem sua sinfonia e seu ritmo particular.
Ideal seria que cada um vivesse no seu ritmo e respeitasse o ritmo do outro.
E a diversidade dessas múltiplas melodias formam a harmonia perfeita, sob a batuta do Maestro universal, que chamamos Deus.