Não foi por falta de vontade, nem por ausência de incentivo, meu caro amigo Poeta, mas é que em matéria de escrever não consigo ser disciplinada. Não adianta forçar, espremer, fazer pensamento positivo, que não sai. Nem uma gotinha de nada, nem uma frase que faça sentido ou que mereça ser digitada. Pronto, acho que o meu lado escrivinhador é o meu lado rebelde. Não pode ser enquadrado, precisa sentir-se livre para voar onde e quando quiser. Se não for assim, ele apaga-se como se fora um lampião sem gás. Ou, quem sabe, isso é cármico, como diria uma amiga tentando me convencer a aceitar numa boa essas coisas que não consigo explicar? Mas também para que explicar, não é mesmo? Que mania de querer etiquetar tudo, meu Deus! Há coisas que, como meu hábito de escrever, não podemos explicar. Basta viver e, se já conseguimos fazer isso sem sofrimento, já é um grande passo no aprendizado da vida. Acho que preciso modelar "o jeito Nanda de ser" e me deixar conduzir ao sabor das correntes do destino, ora para um lado, ora para outro. Sempre confiando que uma Força Maior a tudo rege com harmonia, bondade e perfeição e, por isso, sempre que desafinamos ou fugimos do rítimo Ela nos mostra através dos conflitos e da dor, que precisamos nos afinar novamente com a orquestra universal. Caso contrário, corremos o risco de ficarmos para trás no andamento da sinfonia da vida.
Liliane