2.12.04

Guerra de Conflitos

Hoje, decididamente, não estou bem! Parece, que como grande parte do mundo, meus conflitos declararam guerra e eu estacionei no meio desse fogo cruzado. Estacionei? E esse lá é lugar pra se estacionar? Mas o pior (ou será melhor?) é que foi justo aí que resolvi ficar. A verdade é que estou mais perdida do que todas essas balas trocadas pra lá e pra cá nessa batalha entre os conflitos. Armados até os dentes eles ameaçam não dar trégua e seguirem adiante alimentados pela munição do medo, da raiva, da frustração e de todos os outros sentimentos reprimidos ao longo dos anos. Como eu não vi os sinais dessa guerra que foi se construindo aos poucos e que agora não pode ser evitada? Sim, porque há guerras que precisam ser travadas para que a paz e a liberdade possam ser conquistadas. Há batalhas que precisam ser encaradas frente a frente para se conquistar seu próprio território, para que simplesmente eu tenha o direito de ser eu mesma, com virtudes e defeitos, sem temer a dor, nem fugir do amor. Dessas batalhas eu não devo me esquivar, pois se assim o fizer, estarei apenas adiando algo que mais tarde a vida há de me cobrar, certamente acrescido com os juros da dor e do sofrimento que tornam tudo mais difícil e penoso. Assim, não devo ficar estacionada, pois corro o risco de ser atingida muitas vezes sem ao menos ter feito algo para resolver a situação. Preciso reconhecer meu território para escolher as estratégias, as armas ou, se for o caso, celebrar um acordo de paz entre as várias partes de mim mesmo que querem me dominar. Dar a cada uma delas o direito de se expressar e de coexistir em harmonia, sabendo que têm a sua missão a cumprir e que não é outra senão a conquista da minha felicidade.


Liliane Freire

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezada Liliane,
Quero parabenizá-la pelo "Guerra de Conflitos" que acabei de ler no blog e "Amigos virtuais?" que recebi por e-mail, de uma amiga.
Você escreve muito bem! Adorei!
Regina.

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom