25.12.05

CARTA DE NATAL



Oi, Poeta!
Bom saber que você sentiu saudades dessa Amiga Menor! Você tem razão quando diz que essa festa está saturada. Também acho que na maioria das pessoas só existe o lado desgastado e distorcido que o Aniversariante nunca ressaltou em suas mensagens. Mas, nem por isso, deixa de ser menor a importancia que esse dia representa pela missão que o Cristo desempenhou em nosso mundo. Ainda hoje podemos recolher pérolas de tudo que ele nos deixou em Seu evangelho. Sabe, Poeta, Aquele Cara sabia o que estava dizendo e creio que sua missão não acabou naquela cruz. Creio que ali foi o marco que chamou a atenção para que hoje possamos dar alguns passos em nosso crescimento como pessoas. Assim, mesmo com toda essa distorção e esse espírito consumista que reina, nessa época os corações se abrandam e são envolvidos numa energia diferente e isso já é algo bom.
Mas cabe a cada um que enxerga os desvios sinalizar para os que não vêem e, assim, quem sabe, mais cedo ou mais tarde, o verdadeiro espírito de natal possa ser comemorado da forma que o Cristo pregou: com amor e fraternidade de uma forma geral, e não somente em grupos familiares pequenos e através da troca de presentes que são apenas um gesto, na maioria das vezes, vazio de sentimentos. Que essas comemorações deixem de ser uma mera formalidade e tenham a riqueza da troca de afeição e do amparo entre as pessoas. Devemos sonhar e acreditar que isso seja possível e, se não fizermos isso, estaremos nos condenando a não acreditar num mundo melhor. E eu, Poeta Maior, acredito que a MISSÂO de Jesus ainda continua até os nossos dias. Um grande abraço, meu querido e saiba que essa sua Amiga Menor também sente saudades do amigo Poeta Maior! Beijo em seu coração!

17.11.05

HOJE EU TE PEÇO PERDÃO

Hoje eu te peço perdão por te amar apenas como eu sei amar.
Te peço perdão por te amar com meus erros e imperfeições.
Com as dificuldades e problemas que viver me traz.
Te peço perdão por não te amar de coração aberto, de alma lavada, de braços abertos.
Te peço perdão por te amar e, apesar de te amar, não te fazer feliz como eu gostaria.
Pois hoje eu sei que nunca poderei te fazer feliz como eu pensava que pudesse.
Te peço perdão por saber que mesmo que fosse perfeita, ainda assim,
não te poderia dar a felicidade, pois felicidade é conquista de cada um.
Felicidade é a vitória que nos vem através da porta que abrimos para nos conhecermos, para nos vermos como realmente somos,
criaturas humanas errantes, seres capazes de acertar,
mas também de cair e vacilar em nossa caminhada.
Hoje eu te peço perdão por ainda não ter crescido o suficiente,
por ainda não ser livre o suficiente,
por ter dúvidas, medos, receios, amarras como qualquer pessoa.
Hoje eu te peço perdão por minhas lágrimas
banharem com facilidade o meu rosto
e te mostrarem que sou vulnerável,
que preciso de colo, carinho e proteção em alguns momentos.
Que, por querer ser amada, fiz concessões,
me enganei e te enganei pensando ser quem eu não sou.
E, agindo assim, me magoei e te magoei em muitas circunstâncias.
Fizemos feridas em nossos corações, em nossas almas,
marcas que ainda estão presentes
nos mostrando a necessidade do perdão que só pode acontecer
se tivermos a coragem de olhar e tocar essas feridas que trazem em si,
não somente a dor,
mas também a possibilidade da cura e da libertação.
Hoje eu te peço perdão por todos os meus enganos
que foram causa de sofrimento e te precipitaram por caminhos
onde a dor se fez morada e te fizeram verter lágrimas
e vagar por caminhos cheios de pedras e espinhos.
Mas saiba que esses enganos também me custaram dor,
descaminhos e lágrimas
e me afastaram por longo tempo de minha felicidade.
Enfim, eu te peço perdão por só agora ter condições de te pedir perdão.
Por só agora despertar para a grandiosidade que há em chegar ao teu coração
e sentir a tua dor, que também é a minha dor por sermos,
na realidade, UM em Deus.
E assim, ao te pedir esse perdão também estou me perdoando por todos os erros, por todo o sofrimento, lágrimas e dor que, ao te fazer passar,
também a mim me condenei.
Esse perdão é a chave de nossa libertação e felicidade!!!
Ele nos abre a porta para um novo existir onde há lugar para agradecer a Deus
pela oportunidade que tenho de chegar até o teu coração
e reparar os danos causados por meus enganos de uma forma tão bonita.
Assim, além de agradecer a ti, acima de tudo, agradeço ao Pai
por estar crescendo e poder finalmente entender
porque dizem que “errar é humano, mas perdoar é divino”!

Hoje eu te peço perdão...

14.10.05

OLAVO


Hoje faz dez anos que você se foi. Já me diziam que a saudade não diminuiria com o tempo, que permaneceria igual, sempre companheira fiel. Sinto que é a mais pura realidade.
A saudade não é menor do que no primeiro, segundo, ou milésimo dia. Não lembro menos de você do que nos primeiros dias de sua partida. A saudade parece ser um sentimento indestrutível quando alimentado pelo amor. Esse amor que permanece em meu coração se encarrega de todos os dias colocar a lenha que faz esse fogo permanecer aceso e brilhante mesmo à luz do dia, principalmente, nas noites estreladas. Creio que por você ter sido uma dessas estrelas que por longos anos norteou minha vida, me deu rumos novos a seguir, clareou a escuridão que muitas vezes se fez em minha alma. Se eu pudesse protestaria junto ao Pai do Céu por ter lhe tirado tão cedo de minha vida, pois amigos como você, nunca deveriam partir sem aviso prévio de pelo menos cem anos, assim, poderia ter me preparado, me fortalecido e desfrutado muito mais de seu convívio, de seu carinho, de suas palavras esclarecedoras. Nossa, meu querido amigo! Parece que foi ontem que o vi pela primeira vez e de imediato senti o quanto poderia confiar e contar com você. Seu olhar sorridente falava por você enquanto seu sorriso expressivo de menino travesso me deixava encantada e querendo descobrir de onde vinha essa magia que pairava ao seu redor. E eu tive a felicidade de ir descobrindo isso aos poucos através dos anos, das conversas, dos risos e lágrimas que fizeram parte de nossa amizade. Se eu pudesse escolher as qualidades de um amigo, o caráter, as virtudes e defeitos para que me fosse enviado alguém, com certeza, todas as características seriam as suas, meu Mestre querido! Você soube me cativar em todos os sentidos: como amigo, mestre, pai, enfim, você soube ser tudo que eu sempre sonhei encontrar. De tudo o que você dividiu comigo não há nada que seja mais importante do que a sua compreensão, que me olhava como eu era e me aceitava e acolhia com tanto carinho, apesar de eu ser uma criança ainda dando os primeiros passos na senda do auto conhecimento. Hoje eu posso avaliar o quanto esse seu cuidado, essa paciência que tinha comigo foi importante para que a sementinha que você plantou viesse a germinar e crescer se transformando numa árvore adulta e com raízes fortes por ter sido adubada com o seu amor. Hoje, meu querido amigo, meu coração queria poder abraçar o seu e lhe dizer o quanto o amo e reverencio a sua presença em minha vida! Hoje quero que sinta que a criança que você alimentou com suas palavras, carinho e atenção, continua crescendo e buscando sua felicidade, tendo como referencia, tudo o que você me presenteou e dividiu comigo. Que Deus o abençoe por tudo!

11.9.05

De Coração para Coração


Escrever sobre a pessoa amada
não é tarefa das mais fáceis.
As palavras parecem sempre menos
do que os nossos sentimentos.
Ficam devendo em intensidade
e em profundidade.
Parecem não corresponder em beleza
ao que o coração sente,
ao que a alma reflete através do olhar.
Como eu posso, então, expressar aqui
o quanto amo você?
Que palavras encontrarei
que lhe mostrem a grandeza
desse sentimento que tomou conta do meu ser,
que se apossou de meu coração
como a luz se apossa da escuridão?
As palavras nunca poderão lhe falar
da beleza e da importância desse amor
que faz meu coração bater
num ritimo que é só nosso.
No ritimo de nossa paixão.
E se eu não conseguir,
por mais que tente,
traduzir em palavras o meu amor,
você saberá ao ler em meus olhos,
pois eles refletem fielmente
o que vai em minha alma
e o que meu coração sente.

4.9.05

OUVIR A VOZ DO CORAÇÃO




Tanto tempo sem escrever aqui, que nem sei por onde e como começar. Talvez deva escrever sobre o que alguns amigos têm me incitado a fazer ultimamente e que tem me feito pensar muito sobre eu estar preparada ou não para essa tarefa. Afinal, uma coisa é eu derramar nesse micro minhas emoções quando falo, por exemplo do "meu Bruxo-Jardineiro", outra é fazer isso com um objetivo maior e sério. Uma coisa é eu mostrar minhas dificuldades diante dos padrões repetitivos que têm freado minha realização profissional, outra é eu fazer isso em forma de crônicas ou outra forma literária, num livro. Se passo meses sem postar nesse blog como conseguirei me disciplinar a ponto de escrever diariamente e poder produzir material suficiente para editar um livro?
Mas são tantas pessoas dizendo que eu tenho condições e jeito para realizar essa tarefa, que fico até querendo crer que possa tornar isso realidade. A amiga Alita até já escolheu o tema do livro. Ela diz que eu devo escrever sobre o "meu Bruxo-Jardineiro" pela importância que ele exerceu em minha vida e pela fascinante figura que ele foi. Alita, com a pureza e beleza de alma que a caracteriza, diz que essa história tem uma riqueza e beleza que encantará a quem a lê da mesma forma como encantou a ela. Alita é dessas almas bondosas e puras que aparecem em nossas vidas por bênção do Pai do Céu para nos mostrar certas coisas que não conseguíamos ver e que ela com espírito sonhador e romântico enxerga como ninguém. Ela me fez enxergar aspectos de minha amizade com meu Bruxo-Jardineiro que eu não havia percebido, me fez ver o quanto de amor e respeito havia entre eu e ele, o quanto ele se importava comigo e, por esse motivo, nunca me fez derramar nenhuma lágrima que fosse, me acolhendo como a uma filha quando eu necessitava do colo do Pai, me olhando como uma discípula, quando era de conhecimento que eu precisava, me oferecendo o ombro quando era do amigo que sentia falta. O fato é que essas descobertas têm mexido em minhas emoções e revolucionado minha alma.
O que devo fazer então? Ouvir os apelos sonhadores e românticos da alma de Alita? Devo escutar as intuições sempre tão verdadeiras da Nanda me apontando também nessa direção? Ou ainda lembrar de "meu Bruxo-Jardineiro" ao me explicar o motivo pelo qual não havia respondido às minhas cartas dizendo:" Filha, eu nunca poderia responder suas cartas pois sempre ficaria lhe devendo em beleza e emoção , pois você coloca vida em suas palavras quando as escreve e eu só quando falo consigo fazer isso."
Acho que na verdade preciso ouvir todos esses apelos, mas acima de tudo, devo ouvir o apelo de meu coração e descobrir se ele bate mais forte quando penso nessa possibilidade. Preciso então silenciar minha mente tagarela que sempre quer ter a voz da vez e não deixa meu coração falar mais alto e expressar sua vontade e seus anseios maiores. Agora, então, mais do que nunca, é a hora de deixar meu coração expressar livremente o caminho que só ele sabe ser o de minha felicidade.

31.5.05

Resposta ao Poeta


Aquele Bruxo-jardineiro é alguém que trago em meu coração e que foi o semeador de grande parte do que hoje eu sou e ainda serei. Poderia ser minha alma gêmea se dependesse só de mim essa escolha, mas não tenho a pretensão de afirmar nem desejar isso, visto a grandeza de sua alma e por saber que ele é alma gêmea de patrimônio universal. Assim, não tenho direito a essa exclusividade. Já posso me considerar muito feliz por ter desfrutado de sua convivência por 16 anos de minha vida ( dos 20 aos 36 anos) e por ter recebido de seu coração amoroso atenção, carinho e muitas, muitas palavras que me mostravam coisas de mim que desconhecia, coisas da vida que me eram totalmente estranhas e que foram fundamentais em meu processo de crescimento e amadurecimento como pessoa. Ele me ensinou que o mais importante nessa vida é estarmos sempre dispostos a aprender, a abandonar conceitos que se tornaram dispensáveis quando outros novos nos acenam com mudanças para melhor em nossas vidas; que precisamos ouvir a voz de nossa alma sempre que ela tiver algo a nos comunicar sobre mudanças de rotas e que precisamos nos desapegar de tudo que possa nos impedir de seguir o caminho de nossa evolução. Ele me ensinou muitas outras coisas que só agora estou tendo condições de entender e colocar em prática. Como você pode ver, apesar de já estar no andar de cima há nove anos, ele ainda continua comigo a cada dia através do que me ensinou. Por isso, sempre que penso nele, ou que bate uma saudade de sua presença física junto a mim, as lágrimas vêm para tentar aliviar essa emoção que aperta o coração e faz extravasar a dor que sinto por não poder ver seu sorriso cativante, seu olhar acolhedor e amoroso que me dava uma sensação de ter um anjo encarnado sempre ao meu lado. Creio que poderia até escrever um livro sobre o “meu” bruxo jardineiro, pois quando começo a falar sobre ele não quero mais parar. Creio que é uma forma que encontrei de reviver todos os momentos que passei ao lado dele, senti-lo mais próximo e, assim, poder diminuir a saudade. Acho que já deu para você conhecer um pouco do meu mestre-amigo-pai-bruxo jardineiro Olavo! Acho que já deu pra você notar o quanto amo esse homem, o quanto respeito essa alma abençoada que me abriu novos horizontes e me despertou a sede de auto conhecimento que tem norteado meu caminho desde então.
Quanto ao outro assunto, não é loucura não, Poeta! É pura constatação! Volte sua fita e veja quando foi que conversamos como nas primeiras vezes? Quantas vezes você me deixou falando sozinha sem ao menos dizer: Lili, não gostei do que você falou, ou não concordo com o que você disse? O que tem acontecido é que sempre que falo algo que você não concorda, você simplesmente se fecha e se retira da conversa. Confesso que fico triste sempre que isso acontece. Em minha vida, principalmente quando criança e adolescente, sempre deixei de expressar a minha verdade para ser aceita por meu pai, para ter o seu amor, que para mim, era muito importante. Para me sentir amada fui tendo que colocar a Liliane verdadeira no fundo de um baú e impedir que ela se manifestasse. Foi uma escolha que fiz e era a única que achava viável para sobreviver. Não guardo raiva de meu pai por isso e sei que ele agia da única forma que sabia e como foi “ensinado”, sei que, do jeito dele, me amava e queria o melhor para mim e sei que não saberia agir de outra forma. Hoje compreendo perfeitamente e, por isso, estou tentando mudar e deixar a Liliane que ficou guardada a sete chaves, ir dando o ar de sua graça e se expressar de forma verdadeira e sem medos. Assim, quando falo abertamente e alguém simplesmente rejeita o que disse sem ao menos me dizer algo, sinto-me como se a Liliane que se fechou tivesse me dizendo: tá vendo porque escolhi não expressar a minha verdade? Porque sempre que isso acontece sou rejeitada! Mas ser eu mesma é minha meta de agora em diante e mesmo sofrendo nesses momentos, não vou desistir de falar as coisas que acredito. Também não quero que a minha verdade seja aceita por quem dela não compartilha, apenas quero ser respeitada em meu direito de ser eu mesma, assim como respeito cada um com sua própria verdade. Tenho conseguido ser eu mesma com algumas pessoas, pois estabelecemos que sempre que algo nos desagradasse chegaríamos junto e colocaríamos isso em discussão expondo cada ponto de vista como algo sagrado que deva ser acolhido e respeitado. Devo dizer que isso não é fácil pois requer deixarmos nosso ego de lado, sermos desprendidos da necessidade de estar sempre certos e sermos infalíveis.
O que está ocorrendo é que parece que estou sempre tocando em suas feridas e como reação você se fecha para não sentir a dor que isso provoca. Digo isso, porque já fiz muito e ainda repito algumas vezes esse comportamento. Lembra que lhe falei que você é um espelho? E entre espelhos há sempre esse tipo de choques. Mas se queremos manter nossa amizade o único caminho é o que lhe falei acima: quando sentirmos que fomos tocados em nossas feridas, parar e perguntar o que está acontecendo e colocar isso claramente na conversa para que ninguém saia machucado mais do que seja necessário. Sim, porque sempre vão haver atritos e arestas a serem aparadas entre espelhos que optaram por ter uma convivência pacífica e harmônica . Assim, meu caro, se você quer deixar essa sua amiga de coração aliviado, sempre que eu, sem querer, pisar e você sentir que doeu, me diz, que é pra gente tentar pisar mais manso, ou se for o caso, nem pisar até que você esteja cheio de coragem e disposição para curtir uma dor que, posso lhe garantir, ser o único caminho para se libertar dela e do sofrimento que ela traz consigo. Pense sobre isso tudo que escrevi e veja se é isso que você sente e se acha possível tentarmos nos relacionar dessa forma, ok?
Até outro dia!
Beijos em seu coração!

Liliane Freire

19.5.05

CARTA A UM AMIGO DO CÉU


Se você estivesse conosco completaria nesse 31 de maio sessenta e oito anos. No entanto você se foi há nove anos. Ontem sua presença esteve muito forte comigo e pude sentir o quanto você foi e ainda é importante para mim. Sabe, amigos assim não deveriam nos deixar tão cedo! Eu sinto saudade das nossas conversas onde eu bebia suas palavras e elas enchiam meu coração e maravilhavam meu espírito! Você me via por dentro e sabia do que minha alma ansiava. Vendo-me assim, sabia as sementes que eu carregava e soube regar cada uma delas de forma que elas germinaram e cresceram. Você é um jardineiro da alma. Um talentoso bruxo-jardineiro!
Você via através das máscaras e sorria... Isso me desarmava completamente. Ao mesmo tempo em que me apavorava ser revelada tão intimamente, fascinava-me ver como você fazia isso de forma tão natural apenas lendo cada gesto, cada palavra, cada olhar como se eu fosse um livro que se abria à sua frente e você simplesmente lia!
Dessa forma você fez germinar a sementinha do auto conhecimento com o adubo de seus gestos e a água de suas palavras. Uma vez germinada, essa é uma planta que não para de crescer, florir e dar frutos. Você sabia que eu não resistiria, lançou o seu feitiço e eu quis que ele me pegasse. Esse feitiço mexeu e ainda mexe profundamente comigo. Ah, meu bruxo-jardineiro! Aquelas nossas conversas foram um tesouro valioso que enriqueceram minha alma e mudaram profundamente meu ser. Elas me ensinaram tanto sobre mim, sobre a vida e sobre o sentido de viver! Muitas de suas palavras só agora eu posso realmente compreender, pois só agora amadureci o suficiente para compreender-lhes o significado. Mas você também falou disso. Falou que algumas sementes você estaria plantando e só no tempo certo brotariam e eu me lembraria de você e aí seria a minha vez de sorrir. Mais uma vez você estava com a razão. Sempre que algo assim me acontece e me pego sorrindo lembrando de suas palavras, a impressão que tenho é de que você está ao meu lado com aquele sorriso encantador a dizer: “Eu não disse, filha? Pra que tanta pressa, se somente no tempo certo você entenderia?” Mas é que o mundo que você me apresentava era tudo o que eu ansiava por descobrir e isso me fascinava e, daí, a pressa, a vontade de desvendar mais e mais, me descobrir e descobrir esse universo que eu não sabia existir, mas que era tudo o que eu mais ansiava conhecer.
Obrigada, muito obrigada, por tudo que você me presenteou. Muito do que eu sou agora tem a sua energia. O tempo que você dividiu comigo à sombra da nossa castanhola, as lágrimas que você ajudou a enxugar, o carinho e os conselhos do pai-amigo-mestre, o sorriso maravilhoso que me desarmava, quebrava as barreiras e me aproximava de você....

Embora a saudade seja grande, posso sentir sua presença comigo nas árvores que você semeou e hoje já floriram e deram frutos. Quando fecho os olhos posso lhe ver sorrindo, olhando através dos meus olhos, segurando minhas mãos entre as suas e dizendo: “ Deus a abençoe, minha filha!”
Que Deus o abençoe também, meu Mestre, amigo mais que querido e bruxo-jardineiro!

Muitos beijos em seu coração!
De sua amiga evolutiva,
Liliane

23.4.05

Ao Meu Amigo Maior

Desculpe a burrice dessa sua amiga menor, que além de ser uma anta, não sabe raciocinar sob pressão. É que ontem meu filho estava "me expulsando" do computador justo na hora em que você entrou. Quando li seu post nessas condições, tive uma “leve impressão” , “quase imperceptível” de alguma semelhança entre o meu desabafo no blog e seu texto “A Posição do Poeta”, o que só veio confirmar meu temor de que quando você lesse EXPECTATIVAS, pudesse ficar decepcionado com a falta de maturidade dessa amiga menor. Mas, assim mesmo, postei o texto e resolvi correr todos os riscos, inclusive o de você me deixar falando sozinha, como a me dizer: o que você pensa que está fazendo? Eu mal a conheço e você já vem com essa de se decepcionar pelo faço ou deixo de fazer? Quem é você para se arvorar de juízo da humanidade e sair ditando suas normas para quem nem ao menos lhe pediu opinião? Pois é.... E não sou, nem quero mesmo ser essa coisa de consciência do mundo!
O que acontece é que o meu blog, ao contrário do seu, não tem nenhuma pretensão literária. Ele funciona para mim como um diário de emoções onde exponho fatos que mexeram comigo e que me ensinaram algo e me fizeram perceber coisas em mim que preciso mudar e lições a serem aprendidas. Foi justamente isso que procurei contar em EXPECTATIVAS. O modo incorreto como nos relacionamos com as pessoas, criando expectativas que são nossas e achando que é mais do que justo que todos se guiem por elas. Dessa forma é bem previsível esbarrar com a decepção na primeira esquina dobrada e sair de cara quebrada e coração partido. Foi por isso que escrevi o texto: para que eu me conscientizasse do que estava se passando em meu nível emocional de consciência e procurasse não mais cometer o mesmo erro. Para que eu pudesse aprender a me aceitar e, dessa forma, aceitar a todos de braços abertos, sem expectativas e exigências descabidas. Não sei se essa cara quebrada foi suficiente para que a lição fosse aprendida e eu possa, então, virar essa página em busca da próxima! Mas sei que desejo de coração não magoar um amigo tão querido e poeta tão inspirado que me fez descobrir que há pessoas de bom coração e papo interessante nesse mundo virtual. E que, a partir dessa descoberta, deixei cair grande parte das minhas resistências em fazer amigos os quais não pudesse olhar nos olhos e sentir de perto o calor do coração. Passei a abrir meu coração para esses contatos virtuais que descobri poderem ser também aconchegantes e importantes para o meu crescimento como pessoa. Foi você meu caro Poeta quem desbravou e abriu a primeira trilha desse que agora já um caminho por onde trafegam emoções as mais variadas mas, sobretudo, onde sinto presente um desejo sincero de fazer desse nosso mundo um lugar de amigos que realmente se importam uns com os outros e que desejam, mesmo à distancia, a felicidade e o sucesso dos que estão do outro lado da telinha . Obrigada por ser esse cara legal, amigo e desbravador de minha jornada virtual.

Beijo no seu coração de poeta!

21.4.05

Ah...O Amor...


Um dia você descobre que viveu tantos anos e nada sabe sobre ele. Descobre que viver, é cursar uma faculdade da qual não teremos diploma, não sairemos graduados. Descobre que quando nos apaixonamos, emburrecemos, perdemos nossa capacidade de raciocinar, abandonamos amigos, projetos, tudo em função do “amor”.
Mas será isso realmente ”amor”? Embora esteja estudando comportamentos em relação ao assunto nos últimos anos (sim, porque não me apaixonei por nenhuma pessoa, apaixonei-me pela vida), não compreendo alguém citar estes comportamentos provenientes do “estar amando”.
Estou aprendendo que nada disso pode ser tratado por “amor”. Sim, porque para mim o “amor” não é cego. A paixão sim, é que desnorteia, desequilibra e cega. O “amor” é livre, não é prisão. Quem ”ama”, de fato, não prende nem limita o ser amado. Costumo dizer que “quem ama dá rédeas”, deixa voar, incentiva o outro ‘a crescer.
Não posso conceber a palavra “amor” dessa maneira, com atitudes que castram, violentam o ser “amado”.
Quem se permite ser violentado, perde o brilho próprio, o sentido do “eu”, a carteira de identidade, o sentido do “ser”, tudo em função de “ter” o outro.
Isso tudo faz com que se torne “nada” e, ao final do “amor”, descubra que nada teve, que nem “amou”, nem foi “amado” – usou e foi usado numa situação que, com certeza, não era “AMOR”...

É o que penso hoje..

Aparecida Sardinha
Col/01/04/2005.

12.4.05

EXPECTATIVAS


Quando menos esperamos vem a vida e nos prega uma peça. E foi o que aconteceu comigo. Achava que já estava imune a esse tipo de emoção e aí peguei uma bem na testa, como dizem meus filhos. Eu me considero careta em relação a muitas coisas que a média geral aceita numa boa e confesso que não gostaria de mudar com relação a coisas como respeito e lealdade num relacionamento, seja ele qual for. Sempre achei que esse modo de pensar e agir deve ser o mais correto e procurei me guiar por ele em todas as áreas de minha vida. É claro que me decepcionei inúmeras vezes por querer que as pessoas com as quais me relaciono, também tivessem como delas a minha filosofia de vida. Hoje já compreendo perfeitamente que isso seja impossível e que colocar expectativas é sinônimo de decepção e sofrimento. Por isso achava que não teria que passar por mais um desencanto desses. Mas qual não foi a minha surpresa quando vi que tinha idealizado um amigo, apostado nele todas as minhas cartas e, como conseqüência, perdi feio, dei com a cara na parede, e, o que é pior, só me dei conta do que estava sentindo quando alertada por uma amiga.
Na verdade, o que se passa comigo é que, por enquanto, “compreendo perfeitamente” no nível intelectual, faltando agora passar a sentir isso no nível emocional para que não mais queira que as pessoas ajam e pensem como eu, evitando assim, decepção e sofrimento. Compreender apenas no intelecto não nos livra de nos sentirmos traídos pelo comportamento dos que conosco convivem, quando esse comportamento não comunga com o nosso. Compreender no nível emocional, sim. Essa compreensão nos permite aceitar o outro como ele é e amá-lo a despeito dele ser e agir de forma totalmente diferente da nossa. Permite-nos vê-lo como alguém como a gente, com falhas e virtudes, como alguém que está aqui para aprender e se melhorar, para evoluir. Essa compreensão é libertadora pois, a partir do momento que amarmos sem cobranças, ficaremos mais leves pois jogaremos fora as correntes que nos mantêm presos à decepção e ao sofrimento.
Por tudo que tenho vivido e visto ao meu redor, creio que expectativas e idealizações com relação às pessoas com quem convivemos, são as responsáveis pelo fracasso dos relacionamentos de uma forma geral. Sendo assim, precisamos romper essas correntes que nos mantêm cativos à infelicidade e fazer um pacto com a aceitação e o respeito por todos com os quais dividimos essa jornada da vida. Só então, seremos candidatos a uma vida feliz e eleitos para um relacionamento harmonioso e verdadeiro, seja ele qual for.

Liliane Freire

2.4.05

À Minha Mestra


Todas as coisas que acontecem em nossas vidas
têm o valor que o sentimento lhes confere.
Ele, o nosso sentimento, é a medida que dita o quanto
cada evento vai ficar marcado em nosso coração.
É ele que indica a grandeza de cada fato:
se é algo que ficará pouco tempo conosco,
ou se é um “bem” que nos acompanhará ao longo da vida,
seja ele positivo ou negativo.
Se for negativo, será como um estigma que,
se não trabalhado e superado, marcará de forma séria
nosso caminho evolutivo, podendo retardar nosso crescimento.
Se for positivo, será uma bênção que nos alimentará
a alma e nos encherá de alegria,
confiança e estímulo em nosso caminho na estrada da vida.
Ontem eu recebi uma bênção que me acompanhará
de forma bem especial em minha jornada.
Especial, porque veio de alguém que tem desempenhado
um papel muito importante
no meu crescimento pessoal.
Especial, porque veio de uma “verdadeira amiga evolutiva”
que tem ao longo desses muitos anos de amizade,
sido um farol que, com sua luz, me orienta o rumo certo,
me impedindo de naufragar. Especial, também,
porque é um desejo almejado há muito tempo
e que agora veio pelas mãos de minha amiga e,
agora também, Mestra querida!
Sendo assim, só tenho a agradecer à Deus
por esse presente em forma de Reiki,
por essa bênção que de hoje em diante me acompanhará
como um aliado a mais
em minha jornada evolutiva.
Agradecer principalmente por você, Nanda,
Mestra e amiga, estar presente como um presente em minha vida!
Muito obrigada!
Que Deus a abençoe por todo o sempre!
Um beijo em seu coração!

Liliane Freire

17.3.05

FLORES OU ESPINHOS


Hoje gostaria que ao escrever minhas palavras fossem como flores que alegram e perfumam a vida de quem as vê ou tocam. Mas longe de serem flores, elas, as minhas palavras ultimamente tão escassas, saem como espinhos que machucam primeiro a mim e, depois, por certo, a quem vier a ler mais cedo ou mais tarde, sem saber que um texto que parecia ser tão inofensivo, poderia conter tanta tristeza! Tristeza e decepção pela minha competência em materializar problemas atrás de problemas na tentativa de continuar na mesma situação. Sempre recriando fatos desfavoráveis e que me impedem de crescer profissionalmente, de ter um rumo, de me firmar com minhas próprias pernas! Tristeza e irritação por enxergar toda essa trama e, ainda assim, não ser capaz de dar um basta e virar esse jogo onde sempre tenho feito gol contra. Gol contra a minha felicidade, gol contra uma vida cheia de realizações e conquistas! Que tática, meu Deus, preciso usar para ter o resultado que desejo conscientemente, mas que o inconsciente com suas crenças e padrões sempre dá um jeitinho de boicotar? Crenças e padrões distorcidos parecem ser os vilões desse enredo que está mais parecendo uma novela mexicana de tanto que a “moçinha” leva a pior!
Só espero não estar tão distante do “final feliz “ . Só espero que realmente exista um “final feliz” e que eu possa escreve-lo e, o mais importante, que eu possa vive-lo com todas as cores que um final feliz sempre pode e deve pintar! Assim, quem sabe, os espinhos que machucam possam se transformar em flores que perfumam e alegram a minha, a sua e a vida de todo esse nosso planeta?! Que um anjo diga amém e que assim seja!
Liliane Freire

24.1.05

NOS CAMINHOS DA EVOLUÇÃO

Nos altos e baixos da vida,
nos caminhos da evolução
muitas vezes nos achamos
sem rumo, sem direção.
Nesses momentos nos sentimos
órfãos do destino....
Desprezados da criação.
Isso acontece quando deixamos
o medo nos dominar
e fechamos os olhos da alma
para a verdade não enxergar.
Dessa forma não sentimos
os anseios, desejos e ideais
que são nossa razão de ser,
a verdadeira felicidade
que insistimos em não ver.
O coração, então, fica oprimido.
Surge um vazio em nosso ser.
Nos sentimos pequeninos....
Isso se chama sofrer!!!
E vamos então vivendo....
Ou será sobrevivendo?
Trocando prazer por dor,
alegria por tristeza,
harmonia por doença,
auto-estima por desamor.
Preenchemos nossas vidas
com ilusões a nosso respeito.
Assim, pagamos um alto preço
por querer parecer
o que não somos, nem podemos ser.
Tudo isso acontece porque
não deixamos o coração
que é a voz de nossa alma,
nos mostrar o único caminho
de ser feliz e, de fato, viver
com plenitude e verdade,
sendo tão somente o que somos
nos respeitando e amando,
soltando as rédeas do ser.
Liliane